Petros quer aumentar de 25% para 45% limite de investimento em renda variável

No passado, se falava que os gestores de investimentos de fundos de pensão poderiam trabalhar da praia por meses. Com a taxa de juros a 14% ao ano (ou mais) era fácil bater suas metas atuariais, sem muito esforço. Agora, o cenário mudou, com Selic a 5% ao ano, e podendo cair mais.

Em evento da gestora Western Asset em São Paulo nesta quarta-feira, Alexandre Mathias, o gestor de investimento da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras (o segundo maior do país) falou ao Valor Investe sobre a nova proposta de portfólio de investimento para o fundo, que hoje soma um patrimônio de cerca de R$ 100 bilhões.

“Queremos alocar o dinheiro em ativos que deem grande chance de chegarmos na nossa meta atuarial, próxima a 9%”, explica Mathias.

Nesta semana foi enviada à diretoria a Petros uma nova proposta de bandas de alocação por categoria de produto, como renda variável, investimento no exterior e private equity. A grande novidade é a proposta de aumentar de 0% a 25% para 0% a 45% a alocação em renda variável. Hoje, cerca de 19% do patrimônio do fundo está em ações e, segundo o executivo, o potencial é de rapidamente chegar a 29%, caso a mudança da banda chega aprovada.

“Este ano, daremos um retorno próximo a 20%, maior do que muitos gestores renomados, sendo que 75% do nosso retorno veio de renda fixa e 25% de renda variável”, diz. Ele explica que o fundo ganhou muito com o fechamento da curva de juros longos, mas que não vê um movimento parecido em 2019.

“A renda fixa não será um grande gerador de retorno de 2020, então temos que apostar no que parece que vai ser, ações. Por isso queremos aumentar a exposição em bolsa”, comenta.

Além da banda para alocação em ações, a diretoria de investimentos da Petros também quer aumentar alocação em investimento no exterior. A sugestão que o diretor do fundo apresentou é passar de 2% a 3% do patrimônio, como é hoje, para o limite de 10%. Mas, ao contrário do que muitos gestores fazem, a ideia da Petros não é comprar apenas bolsa americana.

“Bolsa dos Estados Unidos ainda tem grande correlação com o Brasil. Queremos montar uma cesta diversificada de investimentos no exterior, com ações, juros, commodities e moedas. Um portfólio diversificado e que tenha o papel de proteção, seja defensivo. Com isso, o risco total da carteira não aumenta”, diz Mathias.

O gestor de relações com investidores do fundo de pensão da Petrobras lembra ainda que outra classe de ativo que deve crescer no portfólio é de fundos multimercados, porque eles são menos voláteis que ações e, por isso, em tempos de crise, perdem também menos.

Private equity

Uma modalidade de investimento que a Petros deve voltar a apostar, mas com cautela é a de private equity (investimento em empresas de capital fechado e que geralmente estão em estágio inicial). Cerca de 1% da carteira hoje é investida nessa modalidade. A ordem do Conselho de Administração da Petros, porém, é de desinvestimento de tudo que está lá, para, depois, com mais cuidado voltar a alocar dinheiro em alguns fundos que já tenham gestores experientes.

“O veículo não é ruim em si, mas tivemos um passado ruim com esses ativos porque fizemos uma seleção ruim de empresas. Se a gestora não tem experiência de dois a três ciclos de desinvestimentos, é difícil avaliar sua performance”, comenta.

A proposta é de que o investimento em private equity ocupe 5% do portfólio em até 5 anos, mas a alocação será feita aos poucos: até 2% até 2021 e o restante nos anos seguintes. Isso para diversificar não apenas os setores, mas o período de maturidade e desinvestimento dos fundos e empresas.

A proposta com as mudanças no portfólio do fundo da Petros está em fase de exame e será votado na semana que vem pela diretoria executiva da empresa e, 10 dias depois, será avaliada pelo Conselho de Administração. Depois, será enviada à Previc, órgão regulador dos fundos de pensão. Até o fim do ano tudo precisa estar aprovado.

Informe Petros 06/12/2019

Quer pagar menos Imposto de Renda ou receber uma restituição maior em sua próxima declaração?  A Petros pode ajudar. Aplicações feitas ainda este ano em planos de contribuição definida (CD) e contribuição variável (CV) da Petros podem ser deduzidas até o limite de 12% da renda tributável na declaração do Imposto de Renda do ano que vem – apenas para quem usa o modelo completo.

Para saber quanto é preciso contribuir a mais para aproveitar o máximo da vantagem tributária, você pode usar o simulador de IR da Petros, na área do participante no Portal Petros, no menu lateral à esquerda. Ou fazer a conta: calcule a renda total no ano, incluindo ganhos ocasionais, como aluguéis, e o quanto já foi destinado para previdência até agora, incluindo planos de outras entidades. Também precisa calcular os 12% da renda bruta tributável. O valor da contribuição esporádica necessária será a diferença entre o que foi pago para previdência complementar e os 12%.

Para fazer a contribuição esporádica, acesse a área do participante no Portal Petros, com matrícula 1179320 e senha. No menu à esquerda, clique em “Autoatendimento”, “Contribuição” e “Contribuição esporádica”. Depois de definir o valor é só gerar o boleto. A solicitação do boleto deve ser feita até o dia 26 de dezembro e o pagamento, até o dia 30.

Aproveite, faça uma contribuição esporádica no seu plano da Petros e pague menos Imposto de Renda em sua próxima declaração!

Petros informa: Pedido de aposentadoria pode ser feito diretamente pelo portal

Como parte das ações de modernização dos processos da Fundação, o pedido de concessão de aposentadoria no PPSP-R, no PPSP-NR e no PP-2 já pode ser feito diretamente pelo Portal Petros. Assim, não há mais necessidade de envio da documentação pelos Correios. Agora, basta reunir os documentos e enviá-los digitalmente para a Petros. O envio digital da documentação agiliza o processo de concessão de aposentadoria, reduzindo em aproximadamente 20 dias o prazo para pagamento do primeiro benefício.

Para pedir a aposentadoria, é muito fácil. É preciso acessar a Área do Participante, no Portal Petros, e clicar em “Pedido de concessão de aposentadoria”, no item “Autoatendimento”, do menu lateral. Todos os documentos necessários estão listados nesta página – os formulários da Petros podem ser acessados ali mesmo. A documentação deve ser separada, escaneada ou fotografada – desde que a imagem tenha boa qualidade – e, depois, anexada, no formato JPEG, PDF ou TIFF. Após anexar todos os documentos, é preciso clicar em “Enviar solicitação”. Caso algum documento deixe de ser selecionado, aparecerá uma mensagem de erro, indicando o que falta. Se o processo for concluído, aparecerá mensagem de que o envio foi realizado com sucesso.

Debate sobre o Novo PED – Blog dos Conselheiros Eleitos

Novo PED 2015-2018: respostas ao debate de ideias

Desde 2015, um déficit técnico de R$ 6,2 bilhões (registrado no fechamento de 31/12/2014) virou um déficit técnico de R$ 22,6 bilhões (registrado no fechamento de 31/12/2014) que se transformou num plano de equacionamento de R$ 28 bilhões (registrado no fechamento de 31/12/2017). Essa situação somente ocorreu por opção – reafirmo: OPÇÃO – política da principal Patrocinadora do PPSP: a Petrobrás.

Foi a Petrobrás que, sob a justificativa de corrigir injustiças que ocorreram no PPSP fez aprovar em dezembro de 2014 o Fundo Previdencial para o Acordo de Níveis de R$ 3 bilhões que, em dezembro de 2015 significou cerca de R$ 1,5 bilhão do déficit técnico de então.

Foi a Petrobrás que fez aprovar 11 anos depois do primeiro apontamento do Conselho Fiscal a chamada Família Real que impôs uma variação do passivo atuarial de R$ 5,2 bilhões em 2015.

Foi a Petrobrás que fez aprovar a questão do Fim do teto operacional de 90%, depois de anos de questionamentos judiciais pelos participantes e assistidos e as insistentes recomendações do Conselho Fiscal da Fundação, que levaram a um impacto de mais de R$ 3 bilhões no fechamento de 2015.

Junto com isso, as perdas nos investimentos se somaram a má utilização dos recursos financeiros dos participantes que finalmente estão sendo consideradas, não sem antes provocar cerca de 40% do déficit técnico também.

O crescimento do déficit técnico de R$ 22,6 bilhões para R$ 28 bilhões também tem uma assinatura, que foi a demora da diretoria executiva da Petros sob a presidência do Sr. Walter Mendes, em apresentar um plano de equacionamento ao Conselho Deliberativo, o que levou a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que impôs o equacionamento pelo valor máximo.

Além da demora que fez crescer o déficit técnico em quase R$ 6 bilhões, a Petrobrás veio demonstrando claramente que seu objetivo era a extinção rápida e cruel do PPSP. Para isso utilizou um Plano de Equacionamento (PED 2015) exclusivamente financeiro, ou seja, com a utilização de contribuições extraordinárias, sem atuar no passivo atuarial como opção de redução dos compromissos futuros para mitigar o impacto sobre participantes e assistidos.

Em oito reuniões realizadas pelo Conselho Deliberativo da Petros para apreciação do PED 2015, não houve quaisquer alterações na proposta original da Petrobrás. Ou seja, a proposta inicial feita pela diretoria não foi modificada por nenhum dos argumentos dos conselheiros eleitos (e nem pelos argumentos dos indicados também, diga-se de passagem).

A proposta incluiu o que passamos a chamar como alíquotas progressivas que, além de inviabilizar o PPSP (por que o PED 2015 não evitaria novos e seguidos déficits como o de 2018), inviabilizou também a vida de participantes e assistidos que passaram a ter de contribuir mensalmente com cerca de 40 a 45% de sua renda global. Com o PED 2018, a contribuição extraordinária poderá passar de 55 a 65% da renda mensal, jogando, literalmente, esses participantes e assistidos para fora do PPSP e da própria Petros.

Mas até para isso, a Petrobrás teve o cuidado de preparar o caminho do abismo, criando a proposta do Plano Petros 3 (o PP-3), que levará os já desesperados participantes e assistidos para a aventura da contribuição definida. Nessa aventura, todos os riscos com a previdência complementar dos participantes e assistidos que migrarem para o PP-3 deixam de ser da Petrobrás e passam a ser exclusivamente de todos os que migrarem, sem a contrapartida das Patrocinadoras.

Com esse diagnóstico, há dois anos estamos lutando para reverter a intenção da Petrobrás em acabar com o PPSP e tentando uma maneira de resolver o problema sem inviabilizar a vida das pessoas.

Diante desse quadro, várias providências foram tomadas:

1-    Denunciamos a utilização dos recursos financeiros dos Pós 70 para cumprimento dos compromissos da Petrobrás com os Pré-70. O Conselho Deliberativo da Petros aprovou recentemente a Cisão entre Pré e Pós 70 que fará com que essa utilização indevida seja estancada, revertendo para os Pós 70 cerca de R$ 3,6 bilhões do déficit técnico, ou seja , quase 15% do valor total do déficit técnico de 2015.

2-    Na Petros e no âmbito do Grupo de Trabalho da Petrobrás com a FNP e a FUP, propusemos a utilização de mecanismos de redução do passivo atuarial para mitigar o déficit técnico e o impacto do PED na vida das pessoas. A Petrobrás em nenhum momento concordou em realizar essas mudanças no PPSP, sendo que a proposta foi o chamado NPP (Novo Plano Petros), uma construção técnica que as entidades sindicais ligadas à FNP e FUP e as associações ligadas à FENASPE tiveram que assumir para enfrentar o PP-3 na falta de uma alternativa viável para o PPSP.

3-    Foi estabelecida pelas entidades uma luta importante para que as contribuições extraordinárias fossem interrompidas. Com isso, procuramos abrir uma janela de negociação que, de fato, somente existiu com a queda de todas as liminares e a renovação na presidência da Petros com o Sr. Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias, ao assumir, propôs uma nova modalidade de PED, basicamente com as seguintes premissas:

ü  A assunção de todos os compromissos dos Pré-70 pela Petrobrás através da cisão do PPSP entre Pré e Pós 70

ü  Uma proposta de PED 2015-2018 que basicamente, assumiu a alíquota única, redução de 30% no abono anual e redução substancial do pecúlio para 2 salários participação ou duas rendas globais.

A situação em que estávamos antes era da extinção do PPSP pelo PED 2015, PED 2018 e PP-3. A atual situação, a proposta do Novo PED não afasta o perigo do PP-3, mas coloca o PPSP em outro patamar de viabilidade e possibilidade de se reequilibrar. O Sr. Bruno Dias não se dispôs a ser o coveiro do PPSP, o que aparentemente fez a Petrobrás mudar sua postura nesse momento.

A adoção da alíquota única viabiliza o novo PED. Mas viabiliza principalmente a vida dos participantes e assistidos que recebem benefícios maiores e que com as alíquotas progressivas estavam efetivamente pagando muito mais de forma desproporcional e injusta.

Apesar de haver, infelizmente, um aumento da contribuição extraordinária para os menores benefícios, importante entender que o esforço financeiro continua sendo muito maior aos que recebem maiores benefícios.

O aumento das contribuições extraordinárias para os menores benefícios não deverá ultrapassar de 5 a 7% da renda global desses, diante de um déficit técnico da ordem de 30 a 35%. Isso enfrenta um problema gravíssimo que poderia levar à extinção do PPSP com a manutenção da utilização das alíquotas progressivas que poderiam comprometer mais de 55% da renda global dos demais participantes e assistidos, colocando esses na porta de saída para fora do PPSP e da Petros, ou no PP-3.

Outro engano frequente que temos ouvido é que a adoção do custeio normal fora do regulamento do plano (flutuante) acabaria com o caráter de benefício definido do PPSP e deixaria a Petros à vontade para aumentar as contribuições normais. O caráter de benefício definido é que estabelece a “flutuação” da contribuição normal. E essa só poderá ser alterada para déficits estruturais.

Assim, tentando dar um exemplo: quando o CD aprovou a adoção da Família Real, em 2015, deveria ter reajustado a contribuição normal para fazer frente a um novo patamar de crescimento do passivo atuarial. Da mesma forma quando considerou o Fim do teto operacional dos 90%.

Isso não poderia ser feito para, por exemplo, uma perda nos investimentos (conjuntural). Portanto, a contribuição normal nunca foi fixa. Mas, por conveniência da Petrobrás ou por incompetência da Petros, foi sempre fixa todos esses anos, provocando déficits que permaneceram ocultos todo esse tempo.

Nesse momento, temos que salvar o PPSP. Por isso, e para que as ações de cobrança das possíveis dívidas das patrocinadoras e a recuperação dos valores perdidos com os investimentos e as questões morais possam acontecer.

Para isso, é necessário que adotemos uma redução do abono anual (13º) e também do pecúlio. E é preciso também alongar a dívida de 18 anos para uma dívida vitalícia.

Junto com isso, a Petros irá implantar a desvinculação dos seus benefícios dos benefícios do INSS e adotará uma mudança no cálculo dos benefícios de 12 para 36 meses, além de adotar a sistemática de concessão de benefício para quem se desligar da patrocinadora sem precisar se aposentar pelo INSS.

Essas duas últimas medidas, não são, de forma alguma, prejudiciais aos participantes e assistidos e ao plano.

A desvinculação do benefício Petros do benefício INSS, no entanto, obedece a mesma lógica que, infelizmente, foi utilizada na repactuação do PPSP em 2006.

Entretanto, a modulação de sua aplicação foi adotada, impedindo que perdas fossem impostas aos participantes com a adoção de um “INSS Hipotético” de R$ 4.000,00, somente para os que ainda não exerceram seu direito junto ao INSS. Com isso, ficou garantido que todos os demais companheiros possam ter seu direito garantido e assegurado.

A diferença é que em 2006 tínhamos 100% dos participantes e assistidos sem repactuar. Hoje temos 75% desses já repactuados. E a medida só atingirá os ativos do plano PPSP-NR. Ou seja, um contingente muito menor de pessoas que terão muita dificuldade de impedir que o rolo compressor aconteça.

A contrapartida da Petros, bem diferente de outras oportunidades, como a repactuação, por exemplo, é que as entidades não judicializem o novo PED 2015-2018.

Não teremos que entregar a metade das dívidas ajuizadas (como foi no passado), nem abrir mão de qualquer ação de cobrança de dívidas. Não precisaremos abrir mão das ações de correção de benefícios.

Para todos aqueles que consideram a proposta de PED 2015-2018 injusta, pedimos que nos ajudem a encontrar uma alternativa viável para o PPSP e para as nossas vidas.

Por fim, importante saber que essa não é uma discussão de distribuição de superávit, mas de equacionamento de déficit. Por isso, qualquer proposta que for colocada para discussão é ruim para todos nós. Nessa conjuntura adversa, estamos optando pela alternativa que nos permita continuar lutando.

Atenciosamente,

Ronaldo Tedesco

Abrapp quer isenção de IRPF para contribuições extraordinárias de fundos de pensão

Segundo o presidente da associação, a ideia é tratar o assunto com o envio de um projeto de lei

A Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) negocia com a equipe econômica a possibilidade de isenção de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para as contribuições extraordinárias cobradas dos participantes do fundo de pensão para restabelecer o equilíbrio financeiro e garantir a sustentabilidade dos pagamentos.

Segundo o presidente da Abrapp, Luís Ricardo Martins, a proposta está sendo discutida no âmbito da Iniciativa do Mercado de Capitais (IMK), coordenado pelo Banco Central (BC), e a ideia é tratar o assunto com o envio de um projeto de lei, acabando com os questionamentos jurídicos sobre a legalidade da cobrança. No âmbito administrativo, em processo de consulta, a Receita Federal já emitiu parecer contrário ao que é defendido pela Abrapp, entendendo que as contribuições extraordinárias devem ser normalmente tributadas pelo IRPF.

Mesmo assim, Martins está otimista. “Acho que a proposta vai ser acolhida”, diz o presidente da entidade, acrescentando que a medida atenderia, principalmente, aposentados e pensionistas com planos de benefícios definidos. Procurado, o Ministério da Economia informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se manifestaria sobre o assunto.

Independentemente desse pleito, Martins destacou que pretende encaminhar em 40 dias ao Congresso Nacional uma proposta de Lei de Proteção ao Poupador Previdenciário (LPPP), que tem como objetivo proteger e incentivar a poupança previdenciária dos trabalhadores.

Na avaliação do presidente da associação, a lei é necessária devido à crescente institucionalização de novos atores e arranjos de mercado; conflito “principal-agente” que necessita de mecanismos de proteção. Na proposta, a entidade destaca a necessidade de assegurar o direito do poupador ter informações de forma transparente sobre seus investimentos, perfil de risco, ofertas de produtos e serviços que não condizem com seu perfil de risco.

“Assim como existe uma legislação específica para proteger o consumidor, é preciso criar uma lei de proteção ao poupador previdenciário”, frisa o presidente da Abrapp. Na avaliação dele, atualmente, a proteção não é feita de maneira integrada e coordenada para proteger o investidor de longo prazo.

Dentre as sugestões apresentadas pela entidade na proposta está um tratamento tributário adequado; incentivo aos planos coletivos de adesão voluntária; e opção de saída, que obriga o trabalhador a se manifestar explicitamente quando não desejarem permanecer no sistema de aposentadoria.

No que diz respeito a tratamento tributário, Martins afirmou que poderiam ser criados instrumentos para estimular o poupador de longo prazo. Ele citou, por exemplo, que um investidor que acumular recursos por mais de 20 anos poderia ter uma alíquota zero na hora do saque dos recursos. Instrumento parecido poderia ser adotado para o trabalhador que aplicar dinheiro recebido de Participação no Lucro e Resultado (PLR) em previdência complementar.

Abrapp quer isenção de IRPF para contribuições extraordinárias de fundos de pensão | Brasil e Política | Valor Investe

https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2019/11/25/abrapp-quer-isencao-de-irpf-para-contribuicoes-extraordinarias-de-fundos-de-pensao.ghtml

Entidades fecham minuta do plano da Petros para equacionar o déficit

Foi dado mais um passo para consolidação da nova proposta de equacionamento dos Planos Petros Repactuados e Não Repactuados, que irá substituir o atual PED.

Em reunião com a Petros, as Entidades participantes do GT, que estuda alternativas ao equacionamento vigente, finalizaram a minuta do Termo de Compromisso de não judicializacão dessa nova proposta, exigência apresentada pela Petros para implementação da proposta.

A reunião ocorreu na noite da última quinta-feira, dia 21 de novembro, na sede da Petros.

Cabe ressaltar que o detalhamento dessa proposta foi apresentado e discutido na nossa última Assembléia realizada no dia 12 do presente mês.

O fato é que no momento a grande maioria dos participantes e assistidos vêm pagando um PED insustentável. Diante disso, as Entidades que participam do Fórum em Defesa da Petros, dentre elas a AEXAP, avaliam que o acordo proposto é uma alternativa bem mais viável para manutenção do plano e redução do impacto financeiro que estamos sofrendo.

As principais premissas consideradas na construção da proposta foram as seguintes:

1) Manutenção do plano na modalidade de benefício definido.

2) Manutenção das cobranças à Petrobrás no sentido de assumir suas responsabilidades no déficit, decorrentes da sua gestão.

3) Formatação de proposta buscando unidade no Fórum em Defesa dos Participantes, com aceitação por quase todas as Entidades.

Assim, graças à atuação dessas Entidades, a situação caminha para um equacionamento mais viável e mais justo, embora ainda pesado para os participantes e assistidos.

INSS encerrará pagamento via Petros

A Petros informou que a partir de janeiro, o INSS não fará mais o pagamento do benefício de seus segurados por meio do convênio com a Fundação. O órgão de previdência oficial comunicou esta decisão a todas as entidades fechadas de previdência complementar e informou que, a partir do ano que vem, pagará seus beneficiários pela rede bancária contratada pelo próprio INSS. Em caso de dúvidas, entre em contato com a Central 135 do INSS.

O último crédito do INSS via Petros será referente ao mês de dezembro, pago no dia 20. O benefício referente a janeiro será creditado diretamente pelo INSS até o 5º dia útil de fevereiro, de acordo com o calendário do instituto.

A Petros está em contato com o INSS para obter esclarecimentos e orientações para passar a seus participantes. Conforme as orientações forem divulgadas pelo INSS, a Petros comunicará mais detalhes aos participantes.

Para aqueles que não recebem pelo convênio, em função da proximidade do fim do pagamento via Petros, a Fundação não receberá novos pedidos de transferência para ingresso no convênio.

Pensão judicial
Aqueles que descontam pensão judicial via contracheque precisam comunicar a seus pensionados – como ex-cônjuge ou filho – que é necessário cadastrar o ofício no INSS para que o desconto aplicado na parte da previdência oficial seja feito pelo órgão. Este procedimento é feito no portal Meu INSS. 

 

Bruno Dias detalha plano para equacionar déficit da Petros, no Sindipetro-RJ

“Novo plano prevê redução de benefícios em troca de um prazo mais longo e contribuições extras menores, afirma presidente da Petros”. Conheça a proposta na íntegra

O novo presidente da Petros, Bruno Dias, esteve no Sindipetro-RJ, no início da tarde desta sexta-feira (18), para detalhar o plano da Petros para equacionar o déficit.

Após a apresentação do “novo plano”, Dias respondeu questionamentos e tirou dúvidas de petroleiros ativos, aposentados e pensionistas. O evento durou cerca de 2 horas. Aproximadamente 200 pessoas estiveram presentes.

Segundo Dias, o novo plano prevê redução de benefícios em troca de um prazo mais longo e contribuições extras menores. A proposta ainda vai ser avaliada pelo GT da Petrobrás e submetida aos órgãos de controle, prevê redução de 30% do 13º salário e cortes nos valores de pecúlio e pensões.

Durante a apresentação, o novo presidente da Petros explicou que o plano deve permitir uma redução no tamanho das alíquotas extras pagas pelos participantes. Além disso, ele vai ser usado também para cobrir o déficit de R$ 8,4 bilhões registrado em 2018 que não é coberto pelo equacionamento em vigor, de acordo com ele.

Procurado pela imprensa da FNP, Dias não quis dar entrevista.

Vale lembrar que Dias já havia implementado no ano passado plano com perfil semelhante na Fapes, fundo de pensão dos funcionários do BNDES e onde era diretor jurídico.

“Esperamos que esse novo plano seja aprovado até o dia 31 de dezembro deste ano e implementado no ano seguinte”, disse Bruno Diassobre a proposta para equacionar o déficit da Petros.

Próximos passos

O Fórum em Defesa da Petros irá reunir-se na próxima quarta-feira (23/10) para debater o assunto.

Na terça, Bruno Dias irá debater a proposta no GT da Petros, na Petrobrás.

 

ATENÇÃO – Ação popular pede que Petrobras ressarça Petros em R$ 3 bi

Processo movido por funcionários alega que fundo de pensão teve prejuízo com manobra usada pela estatal para não ajustar benefícios de aposentados e pensionistas
A Petrobras é alvo de uma ação popular movida por um grupo de 138 funcionários da companhia pedindo que a estatal cubra um rombo de quase R$ 3 bilhões na Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros). Segundo o processo, o prejuízo do fundo de pensão teve como origem manobras usadas pela estatal entre 2004 e 2006 para descumprir os acordos de reajuste dos benefícios de seus aposentados e pensionistas.

Segundo documentos ao qual o Valor teve acesso, a ação foi ajuizada na segunda-feira na 14ª Vara Cível Federal de São Paulo. O valor da causa é de R$ 2,9 bilhões, em valores históricos de 2014. Os 138 autores da ação são petroleiros, em sua maioria aposentados e pensionistas, com alguns ainda na ativa.

Petros arcou com custos de acordo entre estatal e funcionários para ressarcir defasagem de 2004 a 2006
“Nosso pedido é que a Petrobras arque com o prejuízo de R$ 2,9 bilhões e também com valores que eventualmente serão apurados no processo e podem superar esse montante”, disse Fabio da Rocha Gentili, sócio do escritório de advocacia Benetti, Gentile e Ruivo, responsável pela ação popular. O prejuízo teria sido causado por um acordo firmado em 2014 entre a Petrobras e seus funcionários, na qual houve o compromisso de reembolsar, para todos que aderissem, a defasagem nos benefícios causada pela manobra usada entre 2004 e 2006. A ação diz que, embora tenha firmado tal acordo, a Petrobras não aportou recursos na Petros para honrar as despesas, o que ajudou a aprofundar o déficit do fundo de pensão.

A ação pede que o fundo de pensão seja ressarcido, pois o prejuízo compõe o déficit bilionário que está sendo repassado aos seus participantes por meio do plano de equacionamento instituído em 2017.

O problema discutido no processo tem como origem o descumprimento de uma regra de 1984, quando a Petrobras se comprometeu em garantir que o reajuste das aposentadorias da previdência complementar acompanhasse os reajustes de salários da ativa. “Isto é, a aposentadoria e a pensão dos assistidos passaram a ter a mesma recomposição inflacionária aplicada à remuneração dos participantes em atividade, acompanhando os reajustes da política salarial da categoria”, diz a ação.

De acordo com a ação, a estatal também garantiu, na época, que iria aportar na Petros os recursos necessários para cobrir eventuais déficits causados pela regra. “Déficits técnicos que porventura ocorram serão objeto de aporte por parte das patrocinadoras, na mesma proporção de suas contribuições nos anos em que o aporte se fizer necessário”, diz a proposta que foi apresentada pela diretoria da Petros na época. O então presidente da estatal Thelmo Dutra de Rezende ratificou tal compromisso, o que, diz o processo, não deixa restar dúvida sobre as obrigações da Petrobras.

Entre 2004 e 2006, contudo, foi adotada uma manobra na qual a Petrobras passou a conceder reajustes salariais disfarçados de “promoções” aos funcionários, inclusive os que tinham atingido o topo da carreira, para os quais foram criadas novas posições dentro da companhia. “A ré Petrobras dissimulou o reajuste salarial concedido a todos os seus empregados nos acordos coletivos de 2004, 2005 e 2006, disfarçando-os de ‘promoção’ – como se fosse possível elevar os níveis de todos os seus funcionários, ao mesmo tempo”, afirma o processo.

Posteriormente, muitas ações foram ajuizadas por aposentados e pensionistas, com condenações suportadas exclusivamente pela Petros, que pagou integralmente as indenizações e reajustes. “Até hoje, todavia, a ré Petrobras se recusa a arcar com suas responsabilidades pelo impacto dos reajustes salariais dissimulados que concedeu a seus empregados sobre os benefícios previdenciários dos inativos do Plano Petros”, diz o processo.

A resposta da Petrobras, segundo a ação popular, foi trabalhar para que houvesse um “acordo global” em favor dos inativos, que acabou se provando um “grande prejuízo” ao fundo de pensão. No acordo coletivo de trabalho relativo ao período de 2013 a 2015, a estatal se prontificou a “envidar esforços” com a Petros para celebrar acordos com os aposentados e pensionistas que tinham vencido processos questionando as manobras de 2004, 2005 e 2006.

O chamado “acordo de níveis” acabou sendo celebrado em 2014, com o reconhecimento das diferenças dos reajustes salariais para todos aqueles que aderissem, mesmo os que não tinham entrado na Justiça ou que tinham perdido ações em juízo. A ação popular aponta que a Petros recomendou que os acordos pretendidos não fossem celebrados, pois a conduta poderia ser considerada contrária ao regulamento do plano de previdência. Os acordos só poderiam ser firmados se o pagamento de valores fosse uma responsabilidade da patrocinadora do fundo – ou seja, a Petrobras.

Em seguida, a estatal teria “imposto” à Petros o cumprimento dos acordos, por meio de uma carta enviada em 14 de outubro de 2014 à presidência do fundo de pensão. Em dezembro, o conselho deliberativo da Petros aprovou o acordo como solicitado. O impacto financeiro estimado no momento era de R$ 2,4 bilhões. A Petros, posteriormente, acabou criando um “fundo previdencial” no valor de R$ 2,9 bilhões para arcar com tais custos. “Embora responsável pelos ônus daqueles reajustes salariais dissimulados, a Petrobras não fez absolutamente nenhum aporte ao referido ‘fundo previdencial’”, diz a ação.

A ação popular aponta ainda que a própria Petros ajuizou uma ação de regresso contra a Petrobras em 2018, pedindo a restituição dos “milhões” pagos nas ações relativas às manobras feitas entre 2004 e 2006. Segundo Gentili, a Petros pede que a Petrobras arque com metade do que foi pago aos assistidos. “A ação não se confunde com a nossa, que pede indenização da conta do acordo de níveis”, afirma o advogado.

“O valor da ação é grande, mas os requerentes não querem dinheiro, querem que o fundo de pensão seja recomposto”, diz Gentili. Segundo ele, a ação popular admite que outros cidadãos sejam incluídos como requerentes, desde que seja requerido por eles. Além disso, a própria Petros pode mudar de lado e passar a ser do polo ativo da ação. “A Petros tem autonomia de buscar seus direitos e se recuperar desse rombo bilionário”, diz o advogado.

Procurada, a Petrobras disse que não iria comentar por não ter sido notificada sobre a ação. A estatal não respondeu se fez aportes no fundo de pensão referentes ao acordo de 2014. A Petros também disse que não foi notificada sobre a ação e que, por isso, não poderia comentar.

Ação popular pede que Petrobras ressarça Petros em R$ 3 bi | Empresas | Valor Econômico

 

Conselhos Deliberativo e Fiscal já têm novos representantes eleitos

As duplas José Roberto Kaschel Vieira e Herval Candido de Souza Filho, formada por aposentados, e Norton Cardoso Almeida e André Luis Araújo Santana, integrada por ativos, foram eleitas para representar os participantes no Conselho Deliberativo. Linaldo Coy de Barros e Tereza da Silva Soares foram os escolhidos para o Conselho Fiscal. As três duplas, de titular e suplente, terão um mandato de quatro anos.

Norton e André Luis receberam 11.181 votos. Já a chapa de José Roberto Kaschel e Herval registrou 7.576 votos. A dupla eleita para o Conselho Fiscal, Coy e Tereza, foi escolhida por 17.761 participantes.

A votação terminou às 17h e o resultado foi apurado pela Comissão Eleitoral às 17h04. Além da participação de alguns candidatos, a empresa de auditoria externa que acompanhou todo o processo eleitoral também esteve presente no anúncio do total de votos recebidos por cada chapa.

Os participantes ativos e assistidos que ingressaram na Petros até 31/5/2019 puderam votar pelo aplicativo, pelo portal e telefone entre os dias 2 e 16 de setembro. Foram registrados 36.620 votos ou 26,56% do universo de participantes aptos a votar. A taxa de participação praticamente dobrou em relação à do último pleito, quando apenas 13,56% votaram, e é a maior registrada desde 2003.

A maioria, 35.082 pessoas (25,45%), optou pela internet, votando pelo aplicativo, que foi a novidade deste ano, ou pelo Portal Petros. Apenas 1.538 (1,11%) votaram pelo telefone.